Não vomite seus rótulos em mim

Vivemos em um tempo onde as pessoas tem a necessidade de rotular tudo e todos. Tem os “coxinhas”, os “esquerdistas”, as “magras”, os “gordos”, os “filhinhos de papai”, como se o rotulo definisse de fato quem é a pessoa, onde não é possível ir além, porque já fomos definidos por uma palavra que faz mais sentido pro outro do que para nós mesmos. Mas o rotulo não é o suficiente, ainda damos um milhão de palpites sobre as decisões e o rumo da vida, sem nos preocuparmos com o que ela realmente quer, ou sente, sem nos preocuparmos com o nosso próprio rumo. É um mundo mecânico, onde queremos que as pessoas escolham medicina ou direito e não uma licenciatura, porque medicina dá futuro e ser professor não. Mas não paramos para pensar o porque ser professor não dá futuro, e não pensamos que em pelo menos um momento da nossa vida precisamos de um professor ou eu não estaria escrevendo esse texto e você não estaria lendo. Rotulamos os acadêmicos de “preguiçosos”, “maconheiros”, “comunistas”, e a lista continua, porém, não os conhecemos, pelo menos não interiormente, vemos a casca e por achar que conhecemos, estereotipamos, colocando várias pessoas em um mesmo saco, sem se preocupar com suas individualidades. Isso cansa! Temos um milhão de adolescentes e jovens adultos aterrorizados com o mundo exterior, porque é muita pressão com relação a tudo, pra casar, se formar, ter um “bom” emprego, e são esses rótulos, malditos rótulos, que fazem nossa cabeça girar, com medo de não se encaixar em algum lugar. São crises de ansiedade por não saber que rumo tomar e antidepressivos pra controlar as crises de pânico. Parem de perguntar o que queremos fazer no futuro, ou porque escolhemos tal graduação, profissão e afins, parem de pressionar, parem de tentar nos definir como se fossemos objetos.

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Diário de uma Adulta em construção.

Historiadora. Mestra em História. Tagarela. Apaixonada por livros e series. Inconstante.

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