08 de Fevereiro de 2021

Tem dias que não consigo me concentrar. Tomo o meu café, ligo meu computador, coloco uma música instrumental que normalmente embala meus dias de estudos, abro os arquivos, livros, artigos, e tudo mais que acho necessário, respiro fundo, tomo água, e nada flui. E apesar da ansiedade que vai me consumindo em cada tentativa de manter a concentração e de fazer as 15 tarefas agendadas para o dia de hoje eu continuo tentando. Tentando não surtar!

Um passo de cada vez, um minuto, uma hora, um dia, tudo a seu tempo, pena que minha cabeça não acredita nisso e continua querendo me sabotar e a surtar toda vez que alguém me liga com um drama diferente que na verdade eu gostaria de nem saber. Meu ano de 2020 e esse primeiro mês de 2021 se resume a dramas, que nem são os meus dramas, que me saturam e que me forçam a tentar manter o auto controle, por vezes o meu refúgio é desligar o celular, deslogar das redes sociais e fingir que não me importo, com as milhões de ligações perdidas e mensagens. Meu desejo de 2021 é não continuar sendo o refúgio de tantos que desabafam seus problemas sobre mim e esquecem que sou só uma mulher, sozinha, tentando manter a sanidade mental longe de todos que tentam me sugar a pouca esperança que ainda me resta! #Paz

Paz

Domingo, dia 10 de junho de 2018. O tempo está nublado em Chapecó, mas está bem confortável se levarmos em conta a temperatura das semanas passadas. Voltei a pouco do trabalho e por mais que tenha sido cansativo foi bom. Hoje foi o dia que todas as crianças que eu gosto foram, e alegraram meu dia! Muito amor por cada uma delas e por cada “profeeeeeeeeeeeeeeeeee, olha eu aqui! To gigante! Sou um macaco”, “Fiz um desenho pra você!! “, “Profeeeeee, socorroooooo”. Me encanto com esses pequenos. Disse pra Isa hoje “Você é um potinho de amor que preenche meu coração” e ouvi um ” e você é o meu potão de amor”. A palavra de hoje é PAZ, GRATIDÃO. Gratidão por ter conseguido me reencontrar ontem a noite. Por definitivamente ter fechado um ciclo, por ter limpado meu coração das expectativas que não agregavam nada em minha vida! Gratidão pela coragem e pela pessoa que estou me tornando e gratidão pelas pessoas que me cercam. Gratidão por vocês que leem meus textos e que me permitem contar minhas histórias mirabolantes!

Possibilidades…

Não quero ter pressa, nem pular etapas, muito menos me afobar e tomar decisões imaturas e precipitadas, mas meu bem, foi com você que senti um frio na barriga e é pensando no teu sorriso que vou dormir todas as noites. Você é uma das pessoas que eu desejo intensamente que continuem em minha vida, porque tu me trás paz, me tranquiliza e me sinto segura quando estou contigo. E apesar de parecer que sei bem o que estou sentindo ao escrever esse texto, é mentira, você me desperta inúmeros sentimentos e isso me deixa confusa, mas tudo bem, não quero criar expectativas, mas temo que já tenho as cultivado desde o nosso primeiro beijo, só quero que fique. Que me encha de sorrisos espontâneos e beijos, que me faça dengo. Só quero que continue me fazendo bem e me tranquilizando nas noites que nem eu me entendo…

Ele…

Ele me olha com os olhos da alma e sorri toda vez que me vê cruzar a porta. Seus olhos me procuram no vai e vem frenético da avenida. Mexe no celular inúmeras vezes esperando uma mensagem que eu nunca mando e provavelmente nunca vou mandar. Todas as noites me manda sms querendo estar presente, querendo migalhas de atenção que me recuso a oferecer. Ele sente, sente muito e eu, eu, nada sinto! Por mais que eu tente, não consigo retribuir com a mesma intensidade, pois não tenho sentimentos e por vezes nem prazer! As conversas não me agradam, o cheiro dele me irrita e por mais que ele tente ser alguém que fique na minha vida eu não deixo. Não dou esperanças, mas mesmo assim ele insiste, insiste em tentar…

Não vomite seus rótulos em mim

Vivemos em um tempo onde as pessoas tem a necessidade de rotular tudo e todos. Tem os “coxinhas”, os “esquerdistas”, as “magras”, os “gordos”, os “filhinhos de papai”, como se o rotulo definisse de fato quem é a pessoa, onde não é possível ir além, porque já fomos definidos por uma palavra que faz mais sentido pro outro do que para nós mesmos. Mas o rotulo não é o suficiente, ainda damos um milhão de palpites sobre as decisões e o rumo da vida, sem nos preocuparmos com o que ela realmente quer, ou sente, sem nos preocuparmos com o nosso próprio rumo. É um mundo mecânico, onde queremos que as pessoas escolham medicina ou direito e não uma licenciatura, porque medicina dá futuro e ser professor não. Mas não paramos para pensar o porque ser professor não dá futuro, e não pensamos que em pelo menos um momento da nossa vida precisamos de um professor ou eu não estaria escrevendo esse texto e você não estaria lendo. Rotulamos os acadêmicos de “preguiçosos”, “maconheiros”, “comunistas”, e a lista continua, porém, não os conhecemos, pelo menos não interiormente, vemos a casca e por achar que conhecemos, estereotipamos, colocando várias pessoas em um mesmo saco, sem se preocupar com suas individualidades. Isso cansa! Temos um milhão de adolescentes e jovens adultos aterrorizados com o mundo exterior, porque é muita pressão com relação a tudo, pra casar, se formar, ter um “bom” emprego, e são esses rótulos, malditos rótulos, que fazem nossa cabeça girar, com medo de não se encaixar em algum lugar. São crises de ansiedade por não saber que rumo tomar e antidepressivos pra controlar as crises de pânico. Parem de perguntar o que queremos fazer no futuro, ou porque escolhemos tal graduação, profissão e afins, parem de pressionar, parem de tentar nos definir como se fossemos objetos.

Deixa…

Pode ir, não precisa se preocupar com as roupas no varal…
Vai, e não olha pra trás…
Pode ir mesmo, eu tô mandando ir…
Eu recolho as roupas, faço tuas malas, empacoto tuas coisas…
Deixo tudo pronto pra ti ir…
Não vou pedir pra ficar, porque não quero que fique…
Sou egoísta, mas não com você, ou pelo menos, não mais…
Tô me sentindo livre, leve, bem melhor do que estava com você…
E esse sentimento é o que eu quero cultivar, não quero mais
teus restos, nem as gotas de afeto respingadas nas noites de segunda
Pegue sua bagagem e de o fora da minha vida…

Tudo passa…

Vai passar… Repeti essas palavras várias vezes em frente ao espelho que refletia a minha imagem, com os olhos vermelhos, cara inchada com o semblante de dor. Não conseguia calcular o que estava sentindo no momento, me senti frágil, me senti tão pequena com relação a tudo. Minhas mãos tremiam, mal conseguia limpar minhas lágrimas que escoriam, coração acelerado e aquela sensação de aperto no perto. Tem dias que são assim, que até levantar da cama parece difícil, tem dias nublados, dias cinzas e os dias de sol, e é assim comigo também,sempre imprevisível. É um processo lento, tipo uma desintoxicação. Sim, vai passar! Tudo vai melhorar e servirá de aprendizado para futuras experiências…

Sábado a noite…

Normalmente não sei o que esperar de um sábado a noite, mas hoje foi diferente, bem longe da minha rotina… Hoje foi dia de formatura, de chorar, e agradecer pelas amizades, foi dia de dançar, de se divertir, mas como sempre eu começo a pensar em um milhão de coisas e não consigo aproveitar a festa. Pensei que daqui a seis meses mais ou menos é a minha formatura, e vai ser triste, primeiro porque minha mãe não vai estar presente, segundo porque minhas irmãs provavelmente não vão estar presentes e por último e o mais obvio é que a pessoa com quem convivi e dividi as frustrações não está mais ao meu lado. Quando eu vi as pessoas com seus namorados me deu saudade de quando a gente estava junto e eu ficava imaginando esse momento sendo compartilhado contigo e no fim vou ser só eu e talvez meu pai e tudo bem, eu sei que vai ficar tudo bem, só dá uma dorzinha no peito de frustração. Eu bebi, bebi mais do que devia, me animei, dancei, gritei, cantei, mas no meio de tudo lembrei de você e fui comprar uma água porque seria isso que você faria antes de eu ficar mal, tentei me isolar, mas fingi estar tudo bem, pra não estragar a noite da formanda. Cada vez que eu ouvia uma daqueles músicas sertanejas era em você que eu pensava e desejava teu abraço e beijo. Agora tô em casa, me sentindo mal, ouvindo umas músicas tristes e escrevendo mais um dos inúmeros textos que escrevo pra você e que você não vai ler e nem saber da existência. Tô aqui, deitada na minha cama, com o capone e o estômago embrulhado. Eu sei que a decisão de por um fim no nosso relacionamento foi certa, mas eu sinto falta de como você conseguia me acalmar no meio de uma das minhas crises de ansiedade, sinto falta da amizade e doí saber que desses quatro anos de convivência não sobrou nada, nem mesmo a amizade. Não quero embelezar nossa relação, porque de fato não era das melhores e deu certo até o que tinha que dar! Mudei muitas coisas na minha vida desde então, principalmente os móveis do meu quarto pra evitar lembrar de um dos momentos que passamos juntos. Só quero calmaria, a calmaria que tinha contigo, tentei procurar com outras pessoas, mas descobri que preciso de um tempo pra mim e só pra mim, sem pessoas, sem possíveis namorados, sem pressão, sem expectativas. Só eu e mais ninguém, só preciso de um fone de ouvido, caneta e papel, não sei por quanto tempo vou ficar assim, claro que me sinto carente, mas não sinto atração e nem vontade de ficar com alguém além de mim mesma… E tudo bem, eu vou ficar bem, já enfrentei e provavelmente vou enfrentar coisas piores…